Célia
Que seja, eu quero meu período de luto.
Morte é pra ser chorada,
Diga isso às viúvas respeitáveis
E estóicas à beira dos mortos.
Eu quero o meu guarda-roupas preto
(as revistas de moda não descobriram; não é o preto que emagrece,
É a dor)
Que seja, morte é morte
E não tem volta
A alma não se realoja depois que se solta
Então que seja
Eu vou te chorar
Enquanto preciso for
Muito prazer,
tua carpideira
Ao teu dispor.
Teresa
Coração é feito regra.
Funciona melhor se for quebrado de vez em quando.
Brigite
Não me pense amarga, não sou.
Eu chupo balas, pirulitos, estalo m&ms entre os dentes.
Eu sorrio
E quando estou feliz fico lustrosa feito balão
Mas tenha paciência,
pessoas não podem ser adoçadas artificialmente.
Corina
Querominhamãe.
Maira
O horror, o horror, o horror.
(Chamando 3 vezes, de repente ele aparece.)
Catarina
Se ela não era travesti, devia era prestar vestibular pra homem.
Ingrid
Sou feia, não me ressinto. Estou acostumada a não atrair olhares quando entro no recinto. Sou feia, eu sei, e está bem. Odiaria me perguntar se gostam do meu corpo ou se de mim. Não é preciso se preocupar demais com as maquiagens ou com os méritos. E ademais, as pessoas pensam que você é inteligente, automaticamente, é incrível. Você sabe o que se diz dos cegos, os outros sentidos se desenvolvem para substituir a visão. Com os feios é igual. As pessoas não conseguem olhar pra você e substituem a visão com a crença de você é inteligente, “bonito por dentro” (mais vermelhinho que o normal?jamais entendi), talentoso ou que sabe assobiar. Já reparou? Gente feia assobia que é uma beleza.
Rita
Mas é que eu.
Peralá.
Isso daí já é um pouco bonitinho demais para eu sair dizendo por aí.
Glória
Me encontre pelas esquinas, estarei esperando em um ponto qualquer.
Me disseram que os cavalheiros devem andar sempre pelo lado de fora, livra as damas da lama que fazem respingar as carruagens.
Fico parada esperando quem acompanhe.
Mesmo sozinha qualquer um pode ver.
Eu só caminho pelo lado de dentro.
Mari
Mas pode me chamar de mariquinha.
Nunca vi nada parecido na minha vida.
Simplesmente magnífico!
Ah, você precisa me ver assobiando. É igual idoso jogando bocha.
“…as revistas de moda não descobriram não é o preto que emagrece, é a dor…” Achei demais.
Adorei todo o post, mas preferi a número sete … E essa história de que sete é número de mentiroso, não é coisa nenhuma.
Segues afiada, minha cara, muito bom 🙂
Bela bela!!!!
Encontrei m&ms por 50 centavos lá na rodovíaria de Belo Horizonte. Fala pra Brigite passar por lá.
🙂
Vc tão serena, tão intensa e visceral. É de pessoas assim que o mundo precisa. Adoro o seu blog.
Seriam elas as suas “abecedárias”?? rsrs
Beijos saudosos,
REMO.